segunda-feira, 21 de junho de 2010

Professora de Mirandela

Movimento "uma playmate em cada turma"
Se eu mandasse todas as professoras posariam nuas na Playboy. Primeiro, por uma questão de disciplina.
Nenhum aluno arrisca a expulsão da sala onde lecciona a Miss Fevereiro

Na qualidade de antigo aluno, a notícia da professora de Mirandela que posou nua na Playboy deixa-me indignado: no meu tempo não havia professoras destas. Na qualidade de cidadão que já foi capa da Playboy, o facto de a professora ter sido suspensa faz com que esteja solidário: nós, as coelhinhas, devemos unir-nos. Devo dizer, aliás, sem querer ser corporativista, que, se eu mandasse, todas as professoras posariam nuas na Playboy. O Ministério da Educação continua entretido com programas e avaliações e ignora aquilo de que o nosso sistema educativo precisa: professoras nuas.

Primeiro, por uma questão de disciplina. Nenhum aluno arrisca a expulsão da sala onde lecciona a Miss Fevereiro.

Segundo, por razões de concentração no estudo. Qualquer jovem aluno já deu por si a imaginar a professora sem roupa. Eu não fujo à regra, e aproveito a oportunidade para pedir desculpa à Irmã Genoveva. Mas os alunos de professoras que posam na Playboy não perdem tempo com distracções dessas: não precisam. Se querem ver a professora despida, abrem a revista na página 49. Na sala de aula, concentram-se na compreensão da matéria.

Terceiro, para conseguir o desejado envolvimento da comunidade no processo educativo. Os encarregados de educação mais desinteressados passam a frequentar todas as reuniões de fim de período: os pais desejam ver a professora; as mães desejam verificar se os pais não se entusiasmam demasiado com o visionamento da professora. Padrinhos que não vêem o afilhado desde a pia baptismal virão de longe para se inteirarem do aproveitamento escolar do miúdo.

Infelizmente, a vereadora da Educação da Câmara de Mirandela pensa de outro modo. A exibição pública voluntária do corpo nu está interdita às docentes. Não se sabe a que outras profissões se alarga esta inibição. Canalizadoras podem posar sem roupa sem desprestigiar o nobre ofício de vedar uma torneira? Empregadas de escritório podem deixar-se fotografar nuas sem melindrar os carimbos? Ninguém sabe ao certo, mas parece urgente definir com rigor que outras profissionais estão deontologicamente impedidas de fazerem com o seu corpo o que quiserem.

Mais do que a suspensão, deve colocar-se em causa a recolocação da professora. O receio de alarme social levou a Câmara a retirar a docente do contacto com os alunos e a enviá-la para o arquivo municipal. Ora, o contacto com bibliotecários de óculos grossos que não vêem uma pessoa do sexo feminino nua desde 1977 não será mais perigoso e socialmente alarmante do que o convívio com jovens? Fica a pergunta, para reflexão das autoridades fiscalizadoras da nudez.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pobres de espírito...

O povo saiu à rua para festejar a vitória do Benfica e eu, apesar de ser do FC Porto, não achei mal. As pessoas têm o direito de ficar alegres.

O povo saiu à rua para ver o Papa e eu, apesar de ser agnóstica, não acho mal. As pessoas têm direito à sua fé.

O povo vai à Covilhã espreitar a selecção e eu, apesar de não ligar nenhuma, não acho mal. As pessoas têm direito ao patriotismo.

O governo escolhido pelo povo impõe medidas de austeridade umas atrás das outras, aumentando os impostos e não abdicando dos mega investimentos.

O povo não reage. Não sai à rua.

Reclama à boca pequena e cria grupos zangados no Facebook.

É triste que este povo, que descobriu meio mundo, não imprima à reivindicação dos seus direitos a mesma força que imprime à manifestação das suas paixões.

"



Pobreza

"Um país onde se admite a possibilidade de taxar o subsídio de Natal, ou mesmo acabar com ele, mas que gasta de dinheiros públicos para TGV, altares, estádios de Futebol, frotas milionárias para gestores públicos, reformas obscenas a quem trabalha meia dúzia de anos ou nem tanto, etc... é um país pobre, de facto. "
Mas de espírito, antes de mais.