sexta-feira, 9 de setembro de 2005

A elite dos Zé Ninguéns

Confesso que há já alguns dias não fazia um périplo por alguns endereços menos favoritos mas que, pelo menos quinzenalmente, costumo consultar quanto mais não seja para ver tendências - não confundir com acompanhar...
É o que acontece no caso da moda, dos artigos desportivos alusivos a equipas menores que, uma vez por ano, tenho que ver no Dragão (slb, scp, por ex.) ou, por que não, o blog criado pela ex-elite do CP. E é precisamente este último que me (des)inspira e ao mesmo tempo encoraja a vociferar contra certos (des)fazedores de opinião que, há muito, sabia coexistirem entre nós mas, confesso, aspirava poder contar, no mínimo, com o(s) seu(s) silêncio(s) na hora da derrota anunciada.
Mas devo admitir, porém, que foi com certo gozo - perdoem-me o sarcasmo - que auscultei o masoquismo barroco (não confundir com barroso) de certos teimosos que, talvez por não conseguirem apresentar ideias válidas ou por temerem a partilha de poder que durante tempo recusaram com as gentes menores do CP (leia-se departamento comercial ou os tais "redactores comerciais, caralho" com que, num assomo de superioridade, o tal barroco, desculpem, barroso!, uma vez se dirigiu à função por mim exercida no Comércio, depois de, por mais de uma vez, me ter convidado a "começar a entrar"... na elite da redacção, a mesma que, segundo Pedro Bessa, (grande Homem, posso dizê-lo pelo relacionamento interpessoal dos tempos em que convivemos), conseguiu aumentar as vendas do jornal... Ingenuidade? Vá lá, Pedro, és muito bom rapaz mas também já tinhas idade para ter juízo.
Mas, com cooperativa ou sem cooperativa - e confesso que me estou a cagar de alto para isso! - o mais grave mesmo é ver que até a elite se está a desmembrar. Agora, a merda não é só o departamento comercial nem os jornalistas que trabalhavam indirectamente para este e directamente para o jornal. Agora, a merda são aqueles que não convidaram o Barroso, o Bessa ou o Rogério para a administração da tal cooperativa... Estou consciente que, face ao peso de alguns destes senhores no meio até me arrisco a nunca mais conseguir emprego na área mas, foda-se! O que é que estes gajos e mais algumas chocas de merda da redacção queriam? Que lhes andassem a chupar não sei bem o quê depois de terem ignorado tanta gente com mérito? Quantas vezes nos vieram pedir informações acerca de áreas em relação às quais não percebiam patavina? Quantas notícias lhes demos, inclusivé de primeira página? E quantas vezes, pura e simplesmente, ignoraram a tão diplomática retribuição de favores? Só de me lembrar que, por vezes, ficavam fulos porque "determinado especial estava a encrencar o fecho do jornal"... Sim, porque, para aquelas mentes iluminadas, os especiais não eram também o jornal como o era a cultura, o norte ou a política...
Confesso que não me inteirei do projecto cooperativa alternativa, nem sequer o hei-de fazer tão cedo, muito provavelmente mas tenho quase a certeza de que nomes estarão por detrás do único meio que, até hoje, se propôs acabar com este angustiante hiato do mais antigo jornal de Portugal Continental. Basta ver pelos críticos da ideia! Mas lembrem-se de uma coisa: desinteresse não significa dor de coto nem implica desdenha. É que, como diz o ditado, quem desdenha quer comprar. Ou queria e não pôde, neste caso!

P.S. Parabéns ao Rui Azeredo que continua a ser dos poucos que ainda presta (boa) informação num blogue C(heio) de P(essimismo) e C(om) muito P(ouco) C(onteúdo). Parece uma pescadinha de rabo na boca...

1 comentário:

fala_barato disse...

Fabuloso departamento comercial que em 2004 facturou cerca de 2.000.000,00 euros contra os cerca de 876.000,00 euros que a fantástica redacção vendeu no mesmo periodo.