Confesso que isto de iniciar um post sem ter inicialmente um objecto directo de crítica não ocupa propriamente um lugar privilegiado na minha lista de preferências. De qualquer modo, faço-o, num já usitado tom para que a verborreia lusitana se dê ao trabalho de pensar de forma lúdica, aliás, uma das poucas formas que não assumem o estatuto de pretéritas para uma civilização cujos costumes há muito deixaram de contemplar esse verbo cada vez mais filosófico.
E tal como o pensamento envelhece - que diriam Camões, Eça, António Sérgio, Virgílio Ferreira ou muitos outros desta blasfémia? - também o fazem os protagonistas (do costume), os heróis, os pseudo-heróis ou os símbolos... O Mercado do Bolhão envelheceu, o Comércio morreu (ainda que lhe possa estar destinada a mesma ressureição que aconteceu com JC acerca da qual ainda hoje muitos colocam pontos de interrogação), e, pelo meio, muitos heróis e salvadores (ou pseudo) desapareceram entre névolas ou cifrões, como um tal de Sebastião que comeu tudo-tudo-tudo, tal como o nosso sempre fiel e amigo durinho barroso.
Mas, valha-nos ao menos isso, agora temos um discípulo de nome do pensador grego no poder! Anacronicamente fiel aos princípios da razão, o rapaz que prometeu diálogo vira agora as costas a manifestações de desagrado e a entregas de missivas, prometeu criação de postos de emprego e ignora e desmente a subida da taxa de desemprego, profetizou a recuperação da economia e trocam-nos as voltas com a troca do termo económico recessão por estagnação quando a verdade nos diz que ambas quereríam dizer o mesmo: que estamos mesmo na merda!
Na verdade, o único dogma que, com alguma segurança, posso hoje partilhar reside no facto de o D ou a ausência do D nas siglas PS nem retira nem acrescenta... Como diz o outro, antes pelo contrário; fica tudo na mesma.
E depois temos o caso da nossa sempre mui nobre e leal cidade Invicta cujos últimos desígnios políticos mais se assemelham a qualquer rábula ao estilo Monty Pyton. Será que os senhores do poder decidiram mesmo gozar com o Povo Portuense? Ou serão mesmo anormalmente estúpidos ao ponto de acreditar que um tal xico assis poderá ganhar por ser tão mentecapto como o seu provável antecessor na autarquia da capital do Norte cujo nome não me atrevo sequer permitir invadir o meu monitor?
Por fim, e não menos importante, um regresso às raízes. Sempre ouvi dizer que "quem não aparece esquece"... Esta até podería ser uma fórmula eficaz para quem vivesse um desgosto amoroso mas, por amor de Deus, se ela, comprovadamente, se ajusta a este tipo de patologia sentimental, por que não adequá-la a outros tipos de patologias? Quem se lembraría de, numa altura destas, tentar impregnar o país de vírus, ainda por cima tão antigos - se fosse na informática, tenho a certeza de que já nem num 486 ou num Lentium 1 pegavam - como o Mário Só Ares ou o Acabado Silva? Lá está, só mesmo o PS(D)... Já agora, quantos arriscariam adivinhar por qual das duas forças políticas cada um vai concorrer?
Confesso, para terminar, que não sou filiado em qualquer partido político pois acredito solenemente que não é possível standardizar num partido todo um conjunto de ideias extensível a uma diversidade tão grande de áreas como aquelas que se defendem e administram em política mas, uma vez mais, vou lutar por aquele que mais se assemelha à grande maioria das causas que defendo e preconizo serem as essenciais para o país. Por isto, votarei numa (infelizmente) eterna minoria de pessoas que demonstram ainda estarem na política pela política e que, invariavelmente, apresentam ideias e soluções, tentando, ao mesmo tempo, influenciar positivamente, informando outros cidadãos portugueses que, dentro da panópila actual, a melhor solução será mesmo o BLOCO DE ESQUERDA!
quarta-feira, 21 de setembro de 2005
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1 comentário:
Olá, só hoje vim ver este blog por causa de declarações que já deves imaginar quais são.
Gostava de saber como estão as tuas colegas de secção: a Marta, a Patrícia, etc. Tens estado com elas?
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