terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Preto no branco

Um homem alto, loiro, olhos azuis, entra na esquadra e dirige-se ao policia:

- Vim-me entregar, cometi um crime e desde então não consigo mais viver em paz.
- Meu senhor, as leis aqui são muito severas e são cumpridas e se o senhor é mesmo culpado não haverá apelação nem dor de consciência que o livre da cadeia.
- Atropelei um preto numa estrada na Cova da Moura.
- Ora meu amigo, como o senhor pode se culpar se estes pretos atravessam as ruas e as estradas a todo o momento?
- Mas ele estava no passeio.
- Se estava no passeio é porque queria atravessar, se não fosse o senhor seria outro qualquer, problema de momento e fatalidade.
- Mas não tive nem a hombridade de avisar a familia daquele homem, eu sou um crápula.
- Meu amigo, se o senhor tivesse avisado haveria manisfestação, repúdio popular, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente, acho o senhor um pacifista, merece uma estátua.
- Eu enterrei o pobre homem ali mesmo, na beira da estrada...
- O senhor é um grande humanista, enterrar um preto, é um benfeitor, outro qualquer o abandonaria ali mesmo para ser comido por animais selvagens.
- Mas enquanto eu o enterrava, ele gritava: - Estou vivo, estou vivo!!!
- Mentira, mentira! Esses pretos mentem muito!!!

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